Processo psicoterapêutico
- Marina Bó Miranda

- 18 de out.
- 1 min de leitura
Atualizado: 31 de out.
Encontrarmos sentido na vida e nos comprometermos com nosso autocuidado não é tarefa simples. Muitas vezes, a vida é dura e endurece a gente, e é nosso desafio encontrar molejo nesse caminhar.
A psicoterapia acontece conforme a pessoa atendida se sente confortável para falar sobre si e sua história, a confiaça é fundamental no processo e é construída através do vínculo entre eu e ela. Por isso, não há como determinar um tempo fixo para que o processo psicoterapêutico aconteça, como bem canta Chico César "caminho se conhece andando".
O processo terapêutico faz com que nos aproximemos de nossos afetos e os sentidos que damos à nossas históras, legitimando desconfortos e modos de ser e cuidando daquilo que dói. Para que a psicoterapia seja cuidadosa e responsável às necessidades de cada existência, é essencial corporificarmos os sofrimentos, considerando raça, gênero, sexualidade, classe e territórios em que a pessoa participa. Por isso, para além das teorias da tradição dentro da psicologia, um trabalho responsável precisa estar acompanhado de um olhar crítico, contextualizado, trazendo para perto discussões e estudos éticos, políticos, históricos e sociais.

Para além dos estudos e formações que me acompanham, é necessário que haja sensibilidade nos meus encontros na clínica, me dedicar com paciência e muitas vezes ouvir onde não há som algum, caminhar num passo que não tem o tempo do meu e cuidar de histórias tão diferentes das minhas.
Cuidar de si é tarefa intransferível, mas não precisa ser solitário.


